O tempo... O tempo sempre faz bem... E quando não parece fazer bem é só porque ainda não passou tempo o suficiente. Um ano. Durante um ano todo você procura respostas, motivos, justificativas e não acha nada. Aí no final do ano você aproveita as promessas de que tudo vai mudar e muda também a pergunta que você se faz... E aí você se pergunta “por que eu me perguntei tantas vezes a mesma coisa?” e chega à conclusão de que já que não encontrou resposta, é melhor deixar pra lá e... Vejam só... Você percebe que consegue viver sem essa resposta. E se pergunta, por que não se perguntou antes por que se perguntava tanto sobre a mesma coisa e não deixava isso pra lá... E aí você percebe que a gente pode viver sem respostas, mas nunca sem as perguntas certas.
A gente erra. A gente erra muito. Mas e quem foi que disse que isso é ruim? Benditos sejam os nossos erros, as nossas derrotas, as nossas perdas. Principalmente quando a gente SE perde. Só quem está perdido procura o seu caminho com a vontade genuína de quem realmente quer encontrá-lo. Errar, ser derrotado, se perder é tudo simplesmente divino. É tudo o que nos dá parâmetros pra seguir em frente e buscar o que a gente realmente quer.
Com toda a certeza a gente odeia várias partes de várias coisas. Pena que a vida e as pessoas não são como açougue ou padaria onde a gente pede 300g disso sem a gordura, 100g daquilo, 10 unidades de alguma outra coisa e leva pra casa só o que realmente convém. O pior é que até quando a gente pede só o necessário, o necessário às vezes sobra, e às vezes falta. Tudo por causa dessa dádiva e maldição da imprevisibilidade da vida.
Todo cálculo chega a um resultado, positivo ou negativo e dizem que todo o resultado matemático é exato, implacável e imutável. O que soma, soma. O que diminui, diminui. O que multiplica, multiplica e o que divide, divide. Se fosse assim, ninguém mandaria encontrar o maldito “X”. Seria ele o grande problema de tudo? Ou seria a solução? Findando a conta, que em 2012 somem-se as pessoas de verdade e as amizades, que se diminuam as tristezas, que se multipliquem muito os momentos de felicidade e que a gente aprenda a dividir, seja o que for com quem também queira dividir. Que a gente erre e erre muito, que a gente se perca a todo o tempo pra se encontrar cada vez mais, que a gente saiba fazer perguntas certas e que não se questione mais o que não vale a pena ser respondido. Que a gente tenha a sorte de ter a memória suficientemente treinada pra esquecer o que precisa ser esquecido e lembrar quem a gente finalmente notou que era. Que todo medo, tristeza, frustração e afins fiquem no ano que passou. E que no ano que se aproxima, a gente ame, ame e ame, porque lá no finalzinho das contas mesmo, nada mais tem valor nenhum.
Tiago Giacomoni