Jennifer
Lopez traz em seu livro - True Love - um conceito que gosto muito para a
palavra integridade: "Integridade é a sua medida do que é certo".
Embora certo e errado sejam conceitos que por vezes signifiquem uma visão
maniqueísta das coisas, nesse caso é algo positivo. "A sua medida do que é
certo" representa exatamente isso: a sua medida. Aquilo que você considera
adequado e bom, conforme os seus princípios. E quando conseguimos aplicar esse
conceito de integridade em cada parte das nossas vidas, as coisas começam a
mudar. E inicia pela mudança da visão sobre nós mesmos.
A
integridade é na verdade um conjunto de coisas. Sentimentos, reações, condutas,
atitudes. Parece algo complexo, mas que pode ser facilmente compreendido em uma
única frase: "o que eu não acho certo que o meu melhor amigo aceite na
vida dele eu também não posso aceitar na minha". (Aqui em melhor amigo,
você pode substituir por mãe, pai, irmão ou qualquer pessoa que você realmente
ame muito).
Ou
seja, se eu não acho certo que o meu melhor amigo fique em um emprego onde seu
chefe seja agressivo e o trate com gritos, eu não posso aceitar que façam isso
comigo. Se eu não acho certo que o meu melhor amigo fique "preso" em
uma relação emocionalmente dolorosa eu também não posso aceitar isso pra mim.
É uma
questão de estima. Você estima o seu melhor amigo (ou a pessoa que você citar
na frase acima) de uma determinada forma, mas geralmente não estima a si mesmo
da mesma forma, por isso é importante essa comparação.
O
problema é que normalmente nós vivemos confortavelmente em um "modo
automático" e só descobrimos aquilo que realmente queremos quando surge o
contraste com aquilo que não queremos. E só percebemos que não queremos alguma
coisa quando ela passa a nos fazer mal. Inicialmente a insatisfação é algo
positivo. Significa que você sabe que algo não está confortável. E se algo não
está confortável é sinal que existe uma forma de ficar confortável, mesmo que
você ainda não saiba exatamente qual é.
Mas
por que deixamos as coisas nos fazerem mal? Por que nos colocamos em situações
que nos fazem mal? Relacionamentos massacrantes, abusos no trabalho,
frustrações e mais um zilhão de coisas negativas?
O
mundo não nos incentiva à singularidade. Nós aprendemos desde cedo que precisamos
ser compreendidos, acolhidos, aceitos e por isso seguimos padrões. De
comportamento, de beleza, de conduta sexual, de medos e principalmente: da
falta da perspectiva de sermos mais do que aquilo que dizem que a gente pode
ser.
A sociedade nos divide em “caixinhas” e coloca as pessoas dentro da que lhe convém. Faz parte da visão dicotômica que temos das coisas. Nós temos que ter um rotulo simples pra podermos ser julgados, definidos, considerados bons ou maus. Nos dão receitas de sucesso, passos a serem seguidos, pessoas a serem copiadas e no fim nós não passamos disso: cópias de um ideal. Que provavelmente também é cópia de alguém ou alguma outra coisa. Mas a consciência (aquele negócio que fica dizendo que a gente tá errado, tá feio, é burro, ou não é bom o bastante) é implacável. Ou você cumpre o que ela tem por ideal ou ela te condena ao mais primitivo dos castigos: a culpa.
A sociedade nos divide em “caixinhas” e coloca as pessoas dentro da que lhe convém. Faz parte da visão dicotômica que temos das coisas. Nós temos que ter um rotulo simples pra podermos ser julgados, definidos, considerados bons ou maus. Nos dão receitas de sucesso, passos a serem seguidos, pessoas a serem copiadas e no fim nós não passamos disso: cópias de um ideal. Que provavelmente também é cópia de alguém ou alguma outra coisa. Mas a consciência (aquele negócio que fica dizendo que a gente tá errado, tá feio, é burro, ou não é bom o bastante) é implacável. Ou você cumpre o que ela tem por ideal ou ela te condena ao mais primitivo dos castigos: a culpa.
O
mundo também não nos ensina a perdoar as nossas próprias falhas (ou erros,
chamem como quiserem, eu não gosto de nenhuma dessas palavras). Mas você
precisa ser suficientemente altruísta pra perdoar o outro, mesmo sem saber
perdoar a si próprio.
O que
nós fazemos é sempre o melhor que conseguimos fazer com o conhecimento e a
habilidade que temos naquele momento. Se cinco minutos depois você agiria
diferente, bem, são cinco minutos de aprendizado que você não teve antes e em
cinco minutos se aprende muita coisa sobre a vida. É um conhecimento que veio
depois da atitude e que até então você não possuía. E você não pode cobrar de
si mesmo algo que não sabe.
Mas
isso, além da integridade e estima, tem a ver com outro conceito: o de amor
próprio.
O
fato é que dificilmente a gente aprende a amar a si mesmo. Desde pequenos,
todos os ensinamentos que temos, a começar pela religião, trazem a ideia (ou o
mandamento) de "amar aproximo como a ti mesmo". Mas, assim como
perdoar, se você não aprendeu a amar a si mesmo como pode realmente amar alguém?
Amor
perdoa, abraça, acolhe, ensina, fortalece, exalta conquistas, tira lições dos
erros (que palavra feia)... Amor é doce, gentil, carinhoso. Você é
amoroso consigo mesmo?
Esse
é o ponto principal. Quando você realmente se ama passa a se tratar de forma
diferente. Você se quer bem, quer se fazer bem. Escolhe companhias e lugares
que fazem bem. Escolhe cuidar do seu corpo e da sua mente, seja lá com o que
você considerar que faça bem para ambos. Aprende a se criticar de forma
amorosa e construtiva.
E a
consequência disso tudo serão relações de trabalho melhores, relacionamentos
melhores, amizades melhores, condições de vida melhores... Porque quando você
aprende a ter amor e respeito por si mesmo, aprende também a ter pelos outros e
os reflexos disso vão pra todas as áreas da sua vida.
O
mundo é um infinito de possibilidades. Atreva-se a explorar a própria
singularidade e descobrir quais as que mais te agradam. Atreva-se a ser você
mesmo. Descubra a sua essência. Nunca, jamais deixe que a mente limitada de
outras pessoas guie os seus passos ou diga o que você pode ou não ser. E por
último, não procure nas pessoas o amor, a aceitação e a aprovação que você pode
dar a si mesmo. É uma proposta de mudança, não uma receita. É só mais uma das possibilidades. Você pode escolher segui-la ou continuar na possibilidade atual, com a perspectiva atual, com as atitudes atuais e obviamente, com os resultados atuais. Muitos dos acontecimentos da nossa vida não dependem apenas de nós. Mas quanto mais nos responsabilizamos e entendemos o nosso poder de decisão, mais conscientes e plenos vivemos.