sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Música

Quando você começa a tocar violão você quer aprender muito em pouco tempo, quer logo sair tocando e cantando todas as músicas que você gosta então você começa a praticar incessantemente, se você realmente tiver paixão pela música. No início, você começa a sentir muita dor na ponta dos dedos porque o atrito com as cordas acaba machucando.
Primeiramente a dor se assemelha a um corte e depois a uma assadura. Com o tempo, a prática e o hábito a ponta dos dedos que fazem os acordes formam um tipo de “calo” ficando mais ásperas e duras, o que diminui a dor até deixá-la praticamente imperceptível por todo o resto do tempo que você tocar. A questão é: a dor continua ali, a gente é que para de sentir tanto por ter se tornado resistente a esse tipo de atrito, já que ele se tornou comum e existe uma “casca” que nos protege de machucados maiores.
Assim funcionam os nossos sentimentos. Assim como um músico que caleja os dedos de tanto praticar e tocar, nós calejamos a nós mesmos com cada situação difícil que passamos e conforme o tempo vai passando, formamos também uma barreira protetora que não permite que os atritos sejam sentidos de forma tão brusca. Não significa que a “dor” não exista, apenas que a nossa estrutura se tornou forte o suficiente para suportá-la, até que ela se torne imperceptível.
Quando você se apaixona verdadeiramente pela música e toca aquilo que realmente TE toca a música te envolve de tal forma que você esquece até que tem dedos, mas não esquece porque a ponta deles já não é mais igual a quando você começou a tocar. A grande escolha está em: desistir porque a ponta dos dedos dói, ou continuar até que se entenda que a dor faz parte do processo para que sejamos músicos melhores, que os empecilhos são o que nos fazem forte e que música é muito maior do que qualquer coisa desagradável que possa ter acontecido ao longo do caminho.
Tiago Giacomoni

FELICIDADE

Uma vez eu pensava que eu ainda seria muito feliz. Que eu teria muitos amigos e pessoas ao meu redor, que teria um carrão importado e mais alguns pra usar como eu quisesse e quando eu quisesse, que eu teria uma vida de grande significado como um presidente ou algo assim. Que eu marcaria a vida de milhares de pessoas e que todas se lembrariam de mim com alguma coisa boa que eu provavelmente teria f
eito pra elas. E eu achava que isso era Felicidade.Com o tempo comecei a perceber que pra ser feliz eu não preciso de muitos amigos, mas de amigos verdadeiros (o que eu tenho), que eu não preciso de muitas pessoas ao meu redor, eu preciso das pessoas que eu amo perto de mim, mesmo que a distância física seja grande. Que se eu tiver um carrão importado ou um Fusca 66 não vai fazer diferença e que a gente não precisa escolher entre ter uma vida de grande significado ou uma vida feliz porque ser feliz é uma escolha e não uma meta e quando se faz essa escolha a gente acaba encontrando a felicidade onde a gente estiver. Entendi que todas as nossas atitudes acabam interferindo na vida das outras pessoas e isso já tem um grande sinificado. Talvez eu não faça com que um país inteiro lembre de mim com coisas boas, mas quem eu conheço e ainda vou conhecer vai lembrar de mim com algo de bom e se eu não conseguir, não me culparei nem por 1 minuto, pois ser feliz também compreende não levar culpa consigo de lugar nenhum pra lugar nenhum. E ser quem a gente é de verdade é o que garante a consciência tranquila, a companhia de quem a gente ama com reciprocidade e a tão esperada F E L I C I D A D E. Tiago Giacomoni