sábado, 14 de janeiro de 2012

Paixão


Acho que o que falta no mundo é a paixão. Falta o tesão inspirador que faz os homens criarem algo tão grandioso quanto uma lâmpada, uma televisão, um computador e não me refiro só a eletrodomésticos que prometem mudar as nossas vidas, o mercado está cheio de Juicers que picam, fatiam, ralam, fazem suco e te dão conselhos amorosos. Me refiro a paixão das pessoas pelas pessoas. Acredito que cada um que entra na nossa vida, entra por algum motivo e tem alguma mensagem. Não vejo mais essa vontade de receber a mensagem das pessoas, não existe mais paixão. Existe um amor de final de casamento que é mais comodismo e educação do que amor. Amor morno, amor sem graça, amor que pensa que é amor, mas não é.
A paixão é o que nos inspira a se doar, a se importar, cuidar, querer estar perto e querer mudar o mundo com um palito de fósforo. A gente não vê mais isso nos relacionamentos, sejam pessoais ou profissionais sejam professores ou médicos, bombeiros ou carpinteiros. Ninguém mais Poe paixão no que faz. Saia fazer compras em qualquer lugar e você comprovará. O mundo está mais preocupado com o que as pessoas podem lhe dar do que com as pessoas. Nos tornamos velhos bêbados, frios e sem tesão. Tornamos o mundo mecânico, conversamos mais com os cachorros e desconhecidos do que com nossas famílias. Temos mil eletrodomésticos que prometem resolver as nossas vidas, mas não temos mais vida!
Falta paixão! Falta se apaixonar por si mesmo, pelas pessoas, pelo que se faz, por querer descobrir o que mais a gente é e o que mais o outro é e não o que tem. Falta redescobrir o frio na barriga, a sensação de quem conta os segundos, de quem sabe o que quer e tem pressa de conseguir. Falta saber o que se quer e realmente se apaixonar por isso. Dizem que a paixão tem uma amplitude quase patológica. Se isso for verdade, que a gente morra dessa causa, mas que antes disso, a gente viva com ela por muito e muito tempo!

Tiago Giacomoni

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Medo


Medo. Eu tenho uma boa definição para o medo. O medo é uma merda! Dizem que o erro é resultado indesejado de um processo ou situação. Eu usaria essa mesma definição como um conceito secundário do medo, o primeiro é que ele é uma merda mesmo.
Sabe, a gente tem medo demais e perde tempo demais por ter medo. Medo de se magoar, medo de magoar outras pessoas, medo de se arrepender, medo, medo, medo. Ainda num terceiro conceito do medo, eu diria que ele é o resultado de mágoa e dor. Só que a dor e a mágoa são sempre velhos conhecidos, como um sapato antigo e apertado; você sabe exatamente como machuca e onde machuca. Mas aí, por saber onde e como machuca você deixa de se arriscar a novas dores, novos prazeres, novas alegrias, novas tristezas. A verdade é que tudo é uma grande piada chamada Talvez. Pode ser que sim e pode ser que não. Então, por que não arriscar? Dizem que a gente tem medo das coisas não darem certo, mas acho que o medo maior é de que elas dêem certo, porque se lá no final das contas o vento mudar e de repente tudo deixar de dar certo o medo vem de novo e diz: “Viu, eu avisei!”, mas chega uma hora que a gente tá com o saco tão cheio de deixar a vida passar por causa do medo que se arrisca de novo.
Com o tempo a gente se convence que o medo é uma merda mesmo. Aí você o deixa de lado, resolve seguir em frente e esquecer o sapato velho que faz calo no mesmo lugar. Chega de sapatos velhos, de pensamentos velhos, de situações velhas e principalmente de medos velhos. E se for pra ter medo, decepção, frustração ou qualquer outra coisa, mesmo que seja ruim, que seja nova!
Existem vários tipos de medo. Medo de altura, medo do escuro, medo de aranhas, medo de si mesmo. Aí você cresce, muda, esquece a Cuca e o Bicho papão, toma coragem, enfrenta as coisas, dizem que o pior de todos os medos é aquele que você ainda não superou, mas isso... É só uma questão de tempo!
Tiago Giacomoni