Nos últimos dias eu comi pimentão
e comprei uma camiseta amarela. A-ma-re-la. Eu nunca usei nada amarelo. Nem no réveillon.
Talvez por isso eu não tenha ficado rico. E talvez eu também tenha feito mais
coisas que habitualmente não faço, mas no momento não lembro pra elucidar
melhor a questão toda.
Talvez daqui a pouco eu volte ao
“normal” – se é que isso é possível – e eu volte a temperar a comida com os
mesmos temperos de sempre e abandone a camiseta amarela. Mas a vida é assim, um
dia você prova uma roupa amarela, se olha no espelho, odeia o que vê e nunca
mais usa o dito do amarelo até provar de novo e gostar. Talvez algumas coisas
precisem de mais de uma tentativa pra saber se dão certo ou não. Talvez seja
necessário se entregar de verdade a esse conceito tão clichê de “se permitir”
pra ver o que realmente vale a pena. Coisa chata esse negócio de “não pode”,
“não dá”, “não faço isso”, “não faço aquilo”. Tentar não faz cair pedaço, não.
E ainda dentro dos meus
“TALVEZES”, talvez esse seja o conceito de liberdade que a gente tanto procura.
Experimentar, se permitir (sempre isso) e enxergar dentro de cada atitude, o
prazer de se descobrir e redescobrir.
Ah, nos últimos dias eu também
redescobri a minha paixão por café, que há tempos não tomava.
O clichê nem sempre é do bom, mas
às vezes faz um bem...