Ainda sobre perdas no sentido de “final” acho que há muito que falar. A questão não é a perda em si, mas o sentimento da perda, e a iminência do fim, afinal tudo é passageiro. E é incrível que a iminência não nos faça ter atitude alguma. Talvez médicos que convivem com morte ou “segundas chances” milagrosas saibam viver melhor por estar diante dessa constante.
O problema é que algumas vezes o que confunde tudo é o medo, o medo da iminência propriamente dita, o medo da mudança, o medo da quebra de paradigmas, o medo de errar e todos os outros tipos de medo... Inclusive aquele que nos impede de nos permitir, de tentar pra saber se as coisas podem dar certo ou não. Então, ou você percebe a certeza de que a vida é passageira, que momentos não voltam mais e mais uma vez que o tempo não pára e segue em frente, ou você para pra analisar as atitudes alheias e tentar entender o porquê falta atitude nas pessoas, ou o porquê das atitudes justificadas como “viver a vida” que na verdade são mais gritos de auto-afirmação devido à insegurança inútil, tornando-se assim uma delas... Mas grande questão é: que tipo de pessoa você quer ser: as que superam rápido e seguem em frente normalmente, encarando as coisas com serenidade e compreendendo que nem tudo depende somente das nossas atitudes ou as que saem da normalidade pra superar e passam a vida tentando superar o que na verdade muitas vezes nem precisava ser superado mas vivido... Se doer, chore! Se for bom, sorria! Se magoar, resolva! Mas jamais fuja, nem de você nem de ninguém...
Mas e quem é que sabe quem age certo ou age errado? Quem julga isso? Quem sabe o tempo certo das coisas? Não há como ter como base os parâmetros alheios, por isso cada um de nós tem uma história, uma vida, um aprendizado e o principal: encara as coisas de uma forma particular... Nenhuma das perdas que temos ao longo do tempo é insuperável, nem tão grande quanto nós nos tornamos ao longo de todas elas, pois em tudo se tira algo bom, mesmo na dor é possível ter aprendizado, em todo o fim pode haver um recomeço e sempre há tempo até não haver mais tempo... E como a gente não sabe quanto tempo ainda tem...
Tiago Giacomoni